Pesquisadores americanos da University of Texas Medical Branch estão trabalhando em uma descoberta que pode mudar o cenário do tratamento da doença de Alzheimer: um spray nasal capaz de remover proteínas tóxicas do cérebro, responsável pela progressão dessa condição devastadora. Em estudos contínuos em camundongos, o novo método mostrou potencial ao eliminar a proteína tau, chave na doença.
A doença de Alzheimer é amplamente associada ao acúmulo de duas proteínas no cérebro: a amiloide e a tau. O amiloide forma placas fora dos neurônios, e o tau cria emaranhados dentro deles. Tratamentos como lecanemab e donanemab, focados na remoção do amiloide, têm resultados limitados.
Apesar de retardar o declínio cognitivo, esses tratamentos por certo têm limitações como eficácia em estágios iniciais, altos custos e acessibilidade. Os benefícios são sutis, gerando portanto dúvidas sobre sua percepção e manutenção a longo prazo.
A tau, por outro lado, tem sido um alvo mais difícil de abordar. Essa proteína, que apoia os neurônios, forma emaranhados que causam perda de memória na doença de Alzheimer.
O novo spray nasal é inovador por penetrar nas áreas do neurônio onde o tau se acumula, algo que os tratamentos anteriores não conseguem. Em cérebros saudáveis, o sistema de eliminação remove essas proteínas, mas na Alzheimer ele falha. O spray nasal, ao focar na tau, pode interromper a doença.
Além do Alzheimer, a tau também está associada a outras doenças neurodegenerativas, como por exemplo a demência frontotemporal, a demência com corpos de Lewy e a paralisia supranuclear progressiva. O sucesso desse tratamento pode oferecer nova esperança a milhares de pacientes.
No Brasil, cerca de 1,2 milhão de pessoas vivem com algum tipo de demência, sendo que aproximadamente 100 mil novos casos são detectados a cada ano. Essa descoberta é crucial, especialmente em um país com envelhecimento rápido e recursos limitados.
A pesquisa com o spray nasal ainda precisa de testes clínicos em humanos antes de ser disponibilizada. Os resultados preliminares em camundongos sugerem assim um caminho promissor para novas terapias contra o Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas.
Em suma com a pesquisa sobre tau e amiloide, espera-se que novas terapias, como o spray nasal, possam retardar e reverter danos causados por essas proteínas. Essa abordagem inovadora pode iniciar uma nova era no tratamento do Alzheimer, trazendo esperança global.