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Ibogaína no Tratamento de Traumas em Veteranos: Estudo Promissor da Universidade de Stanford   

Freepik Imagem soldado sentado

Pesquisadores de Stanford estudaram a ibogaína, uma substância psicoativa das raízes do arbusto ibogaína, da África. Usada em rituais religiosos, desperta interesse no tratamento de sequelas de trauma em veteranos e na dependência de opiáceos.

  

A descoberta do potencial terapêutico da ibogaína remonta a 1962, quando o farmacologista Howard Lotsof identificou sua capacidade de tratar a dependência de opiáceos. Contudo, apesar da patente registrada para uso terapêutico, a substância permanece ilegal nos Estados Unidos, sujeita a penalidades severas. 

  

O estudo, conduzido no México com a participação voluntária de trinta veteranos de operações especiais que sofreram traumatismo cranioencefálico (TCE), revelou resultados promissores. Os participantes foram submetidos a tratamento com magnésio e ibogaína em clínicas especializadas. 

  

Nolan Williams, coautor do estudo e professor de psiquiatria, observou que, embora os veteranos tenham se destacado, suas performances foram prejudicadas por lesões do serviço militar.

  

Antes dos testes com a substância psicoativa, os pesquisadores avaliaram os participantes usando o WHODAS-2, que pontua a capacidade mental em várias áreas. Uma pontuação acima de 30 indicava uma deficiência moderada, abrangendo problemas como álcool, ansiedade, estresse pós-traumático e idealizações suicidas associadas ao TCE. 

  

Os resultados indicaram melhorias significativas nos sintomas de TCE após o tratamento com ibogaína. As médias de pontuação diminuíram para menos de 20, indicando uma redução no nível de deficiência. Além disso, observou-se aprimoramento no processamento cognitivo e nas funções executivas, incluindo planos de ação e tomada de decisão. 

  

Após um mês, a pontuação média foi de 5,1, com mais de 80% de redução nos sintomas de depressão, ansiedade e estresse pós-traumático, e ausência de deficiência.

  

Contudo, os pesquisadores destacam que a ibogaína pode não ser a única responsável pelas melhorias observadas. As expectativas dos participantes e as condições da clínica, com um ambiente semelhante a “férias”, podem ter contribuído para os benefícios terapêuticos, lembrando um efeito placebo.

  

É crucial notar que o estudo apresenta limitações, como a pequena amostra de voluntários, o que impossibilita generalizações para a totalidade da população. Apesar dos resultados promissores, são necessárias mais pesquisas para validar a eficácia e segurança da ibogaína no tratamento das sequelas de trauma.

  

O estudo de Stanford ressalta o potencial terapêutico da ibogaína no tratamento de traumas em veteranos, mas há questões éticas e a necessidade de mais investigações para fundamentar sua aplicação clínica.

 

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