A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está conduzindo um estudo inovador que busca identificar os benefícios dos exercícios físicos na redução da perda cognitiva em pessoas diagnosticadas com diabetes tipo 2. Este estudo é de extrema importância, pois o diabetes tipo 2 está se tornando uma epidemia global, afetando uma parcela significativa da população. Para participar da pesquisa, estão sendo recrutados voluntários com mais de 30 anos que tenham sido diagnosticados com a condição.
Os voluntários selecionados irão participar de testes e atividades físicas na Escola de Educação Física da UFMG, onde em suma contarão com o acompanhamento de pesquisadores e profissionais de diversas áreas. Segundo a professora Danuza Dias Soares, especialista em fisiologia do exercício e uma das coordenadoras do estudo, o aumento no número de casos de diabetes tipo 2 é alarmante. “Hoje, cerca de 7% da população brasileira é portadora dessa condição, o que representa aproximadamente 14 a 15 milhões de pessoas. Desses, 90% a 95% são diabéticos tipo 2.” Danuza explica que a Federação Internacional de Diabetes prevê um aumento ainda maior na incidência da doença nos próximos anos.
A professora destaca que o diabetes tipo 2, ao contrário do tipo 1, está certamente relacionado ao estilo de vida. O sedentarismo e uma dieta rica em gorduras e açúcares contribuem assim para o aumento da doença. “Essas mudanças comportamentais têm resultado em um número cada vez maior de pessoas diagnosticadas com diabetes tipo 2”, afirma.
Danuza aponta que o uso prolongado de medicamentos para diabetes tipo 2 pode aumentar a perda cognitiva. “A resistência à insulina, aliada ao prolongado período em que as pessoas mantêm níveis elevados de glicose no sangue, pode desencadear processos inflamatórios crônicos que afetam a resposta cognitiva. O cérebro é um dos alvos menos estudados em relação aos danos causados pelo diabetes”, comenta.
Danuza ressalta que, com a expectativa de vida em alta, a incidência de diabetes tipo 2 e doenças crônicas, como as neurodegenerativas, está aumentando. “A longevidade aumenta os casos de diabetes e Alzheimer, que podem evoluir de déficits cognitivos leves para condições severas”, observa a especialista.
É notório que a prática regular de atividade física traz inúmeros benefícios à saúde, comprovados por diversas pesquisas. Contudo, ainda precisamos entender melhor o impacto dos exercícios físicos em indivíduos com diabetes tipo 2. “Embora os benefícios da atividade física para a saúde sejam amplamente reconhecidos, precisamos investigar mais a fundo como os exercícios podem influenciar a qualidade de vida e a função cognitiva de pessoas com diabetes tipo 2”, conclui Danuza.
Participar do estudo pode esclarecer como gerenciar a saúde de diabéticos. Os exercícios físicos são fundamentais para a promoção da saúde, e entender seu impacto na perda cognitiva é vital para melhorar tratamentos.
Os pesquisadores adaptarão as atividades físicas propostas durante o estudo às necessidades e limitações dos voluntários, garantindo assim que todos possam participar de forma segura e eficaz. Os pesquisadores monitorarão a capacidade física bem como o desempenho cognitivo dos participantes para correlacionar o aumento da atividade física com a melhoria nas funções cognitivas.
Participar deste estudo permite que os voluntários contribuam para a ciência e se beneficiem de um programa de exercícios, que pode melhorar sua saúde. “Acreditamos que aumentar a atividade física entre diabéticos tipo 2 pode reduzir os sintomas e proteger a saúde cognitiva a longo prazo”, afirma Danuza.
Convidamos todos os interessados que se encaixam nos critérios de participação a se inscreverem e contribuírem para esse importante trabalho de pesquisa. Juntos, podemos avançar no entendimento dos efeitos positivos da atividade física na saúde e bem-estar dos indivíduos com diabetes tipo 2.
Em resumo, este estudo da UFMG representa uma iniciativa promissora que pode transformar a forma como tratamos e gerenciamos o diabetes tipo 2. Portanto investir em exercícios físicos e seus benefícios cognitivos pode melhorar a saúde e, consequentemente, a qualidade de vida de pessoas com diabetes. Essa pesquisa traz esperança a milhões de diabéticos e destaca a atividade física como essencial na prevenção e controle de doenças crônicas.